quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O MODELO DO LEVIATÃO

1.

DESPESA PÚBLICA             "O MOSTRO"

Encontrei o texto no blog:

A Destreza das Dúvidas
destrezadasduvidas.blogspot.pt


«O Monstro
Cavaco Silva, Diário de Notícias, 17 de Fevereiro de 2000


Na ciência económica há um modelo explicativo do crescimento das despesas públicas em que o Estado é visto como um monstro de apetite insaciável para gastar mais e mais. É o modelo do Leviatão. São várias as razões apresentadas para justificar o apetite do monstro:

-os ministros estão convencidos de que mais despesas públicas trazem-lhes mais popularidade e votos, porque assim podem distribuir mais benesses e ser simpáticos e generosos com os grupos que comem à mesa dos orçamentos dos seus ministérios;

-os burocratas, os directores da Administração Pública, lutam pelo aumento das despesas controladas pelos seus dpartamentos, porque isso lhes dá poder, influência e estatuto;

-os grupos que beneficiam directamente com os gastos do Estado estão melhor organizados do que os contribuintes que pagam os impostos e pressionam os políticos para mais despesas públicas;

-muitas pessoas pensam que os serviços fornecidos pelo Estado não custam nada, porque sofrem de ilusão fiscal e não se apercebem de que as despesas têm sempre de ser financiadas com impostos, presentes e futuros.

...

Há três contributos que a oposição pode dar para ajudar o Ministério das Finanças:

-votar contra o aumento da carga fiscal que o orçamento para o ano 2000 inclui, por forma a reduzir o fluxo de combustível que alimenta a fúria do monstro;

-impedir que as receitas das privatizações sejam utilizadas para financiar as despesas públicas, não tanto porque isso seja ilegal face à legislação portuguesa e comunitária, mas para impedir que o mostro, para além de devorar mais de metade da produção nacional, engula também património acumulado ao longo dos anos.

-pedir ao Senhor Ministro das Finanças que elabore um novo orçamento, dando-lhe a garantia de que pode contar com o apoio dos partidos da oposição no combate pelo emagrecimento do monstro. O ministro sentir-se-à então com mais força para desembainhar a espada e cortar-lhe a camada de gordura, eliminando alguns desperdícios nos gastos do Estado. Deve exigir-se que seja um novo orçamento, mas verdadeiro, sem artifícios contabilísticos e défices ocultos.
É perigoso adiar este combate.
...»


Este texto está nas páginas 38, 39, 40 e 41 do livro que estou a ler e a gostar:


SAIAM DA FRENTE!
CAMILO LOURENÇO
271 Páginas.
matéria-prima edições, Novembro 2013.





2.

Na capa:

« ELES REPRESENTAM AS POLÍTICAS QUE LEVARAM  PORTUGAL À FALÊNCIA. TRÊS VEZES.
É ALTURA DE OS AFASTAR.


TEMOS DE QUESTIONAR VELHOS TABUS E ARRISCAR NOVAS SOLUÇÕES»



Na contracapa:





«A CRISE QUE VIVEMOS TEM UMA GRANDE VIRTUDE: MOSTRAR COMO ESTRUTURÁMOS MAL O ESTADO E A SOCIEDADE NOS ÚLTIMOS 39 ANOS.»

«COM O TEMPO QUE TIVEMOS E COM O DINHEIRO QUE NOS DERAM DEVÍAMOS ESTAR AGORA NO GRUPO DOS PAÍSES MAIS RICOS DE EUROPA. E NÃO ESTAMOS.

PORQUÊ?»

Na tira da capa:

«A história é recorrente: em 39 anos de democracia Portugal está, pela terceira vez, sob auxílio económico e financeiro do exterior. Em 39 anos não aprendemos a evitar os erros cometidos no passado. Camilo Lourenço, que já tinha abordado este tema no seu anterior livro, BASTA!, volta agora a colocar o dedo na ferida chamando à responsabilidade os que se intitulam pais da Democracia mas que não sabem afastar-se do activo e impedem que as novas gerações modernizem o país e a sociedade.
Da esquerda à direita, são várias as personalidades da sociedade portuguesa que aqui são submetidas a avaliação. De Mário Soares a Cavaco Silva, passando por Jorge Sampaio, Mário Nogueira, Jerónimo de Sousa ou Manuela Ferreira Leite, nenhum deles está isento de responsabilidades no estado a que o país chegou. 
No momento em que Portugal luta para deixar para trás o auxílio da Troika e enfrenta novos desafios, entre os quais o regresso aos mercados Saiam da Frente!  aponta soluções, exigindo responsabilidade aos governantes mas também à sociedade civil.
Porque só uma opinião pública informada saberá exigir dos dirigentes soluções que não se desviem do que tem de ser feito. Seja popular ou não.»


Página 37,

 Mário Soares

«...
Numa palavra, Mário Soares não entende que o mundo mudou: que os países já não vivem de portas fechadas, que a inflação é um fenómeno do passado, que a desvalorização não é opção (só empobrece os países), que o Estado não pode gastar o que tem e o que não tem, que as dívidas têm de ser pagas, que o Estado Social só é sustentável se a economia gerar recursos para o pagar...

Mário Soares é, portanto, um dos que deveriam ter percebido que é chegada a altura de se afastar da cena política, sob pena de prejudicar seriamente os destinos do país.
Mas, infelizmente, não é o único.»


Continuarei na próxima publicação...



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