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O MEU PROGRAMA DE GOVERNO
Propostas para Uma Economia Mais Produtiva e para Uma Sociedade Mais EquilibradaJOSÉ GOMES FERREIRA
477 Páginas. Livros de Hoje, 2013 (2ª Edição).
Habituei-me a seguir com interesse José Gomes Ferreira no Negócios da Semana, na SIC Notícias.
Este livro aborda, em pequenos capítulos, assuntos que tenho acompanhado nos programas, desenvolvimentos do autor com propostas frontais.
Muitas propostas!
Depois de cerca de metade do livro lido, recomendo-o vivamente!
Com frases retiradas, evidencio alguns conteúdos, para dar uma ideia.
«...Quem governa agora corporiza inevitavelmente as críticas e os ódios de quem é chamado a pagar a crise, quando o decisor político pode estar apenas a garantir as condições mínimas de financiamento da economia do Estado, do sector financeiro e das grandes empresas públicas e privadas; corporiza toda a reacção negativa a cortes incontornáveis de despesas do Estado e até benefícios sociais, quando, quem os atribuiu irresponsavelmente sabendo que o país não teria dinheiro para pagar, desapareceu do circuito ou aparece no Parlamento e nos órgãos de comunicação social a criticar quem está a tentar viabilizar o sistema - é o caso de alguns dos actuais deputados do PS que fizeram parte do anterior Governo.
...
Os políticos responsáveis pela situação a que chegamos devem de facto ser recordados como autores da tragédia financeira económica e social em que estamos mergulhados.»
pág. 32
...
José Sócrates, Teixeira dos Santos, Costa Pina, Mário Lino, António Mendonça, Paulo Campos devem ser recordados como governantes que atiraram a nossa dívida pública de 62,8 por cento do PIB [Produto Interno Bruto] em 2005 para 122 por cento do PIB em 2012.
Não sendo responsáveis pela governação no último semestre de 2011 e pelo ano 2012, a dívida continuou a subir neste período por causa das acções que aqueles governantes preticaram, pela necessidade de o novo governo clarificar as contas e, em última instância, pela necessidade imposta pelos parceiros da Troika de se mostrar a verdadeira situação do país aos portugueses e aos credores internacionais. Isto é, em pouco mais de seis anos, meia dúzia de governantes fizeram duplicar a dívida pública portuguesa.»
Títulos de alguns dos 70 Capítulos:
- APROVEITAR AS MELHORES PROPOSTAS DO FMI
- REACTIVAR A LEI DOS DISPONÍVEIS
- SIM, AINDA É POSSÍVEL CORTAR DESPESAS SOCIAIS
- REDUZIR O DÉFICE DA CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES
- IMPEDIR O PLAFONAMENTO E A PRIVATIZAÇÃO DE SEGURANÇA SOCIAL
- NUNCA TOMAR A INICIATIVA DE PEDIR O PERDÃO DA DÍVIDA
- NEM PENSAR EM SAIR DO EURO
- PÔR A JUSTIÇA A FUNCIONAR
- ACABAR COM O «EMBUSTE» DO DÉFICE TARIFÁRIO
- ACABAR COM AS PPP, TAMBÉM NOS NEGÓCIOS DA SAÚDE
pág. 188
...«O saldo primário do Estado deve ser sempre positivo: deve sempre gastar menos do que recebe. Para NUNCA MAIS fazer nova dívida.»
pág.200
...«Cerca de 40.000 milhões de euros de riqueza, gerados todos os anos praticamente à vista de todas as autoridades fiscais, judiciais e entidades reguladoras, continua alegremente a fazer o seu caminho de fuga aos impostos, apesar da profunda crise financeira em que vive o Estado português.
... Se estes 40.000 milhões de euros fossem taxados à taxa média nacional de tributação, por defeito, cerca de 33 por cento, renderiam cerca de 13.000 milhões de euros aos cofres do Estado.
Portugal já não teria défice...»
pág. 203
ACABAR COM AS IMPORTAÇÕES PORTA A PORTA
pág 12 e 13
Do PREFÁCIO DE RICARDO COSTA
«...Nunca me hei-de esquecer do primeiro fim-de-semana de 2009. Passámo-lo juntos a preparar uma entrevista a José Sócrates. Era a terceira vez que o entrevistávamos em conjunto e o método era o de sempre: alinhar perguntas, prever respostas, escrever repiques, alinhar dados para contrapor. E fazer tudo isso com uma perfeita contagem de tempo e uma sinaléctica que permitia alterar o alinhamento com a entrevista no ar. Num desses dia o José Gomes Ferreira mostrou-me um gráfico que queria mostrar ao então primeiro-ministro: o das responsabilidades futuras com as PPP. Na segunda-feira, dia 5 de Janeiro, José Sócrates ficou mudo quando viu aquela "curva". Hesitou, parou e levou tempo a responder.
Nunca mais quis ser entrevistado por nós.»