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FRANCISCO SARSFIELD CABRAL TENTAR PERCEBER
[EUA]
A MAIS DE UM ANO DA PRÓXIMA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL NOS ESTADOS UNIDOS (NOVEMBRO DE 2016) A CAMPANHA ELEITORAL JÁ DECORRE.
UM TEMA CONCENTRA AS INTERVENÇÕES DOS PRINCIPAIS PRÉ- CANDIDATOS, EXCLUINDO DONALD TRUMP, UM MILIONÁRIO EXCÊNTRICO E DESBOCADO.
TRATA-SE DA ESTAGNAÇÃO DOS RENDIMENTOS DA CLASSE MÉDIA AMERICANA NAS ÚLTIMAS DÉCADAS, TORNADA AINDA MENOS ACEITÁVEL PELA SUBIDA EM FLECHA DOS GANHOS DE UMA PEQUENA MINORIA.
PARA HILLARY CLINTON, A PROVÁVEL CANDIDATA DO PARTIDO DEMOCRÁTICO, ESTE É O TEMA PRIORITÁRIO. E PROPÕE MEDIDAS, COMO INCENTIVAR A PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES NOS LUCROS DAS EMPRESAS.
EMBORA HAJA EMPRESAS, COMO A GOOGLE, QUE ADOPTARAM ESTA IDEIA, QUE É ANTIGA ( GENERAL DE GAULLE DEFENDIA-A), ELA TEVE ESCASSA CONCRETIZAÇÃO ATÉ HOJE.
DO LADO DOS REPUBLICANOS, JEB BUSH, IRMÃO DE GEORGE W. BUSH, APOSTA NA ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO ECONÓMICO PARA MELHORAR A SITUAÇÃO DA CLASSE MÉDIA AMERICANA - UMA SUBIDA DO PIB À VOLTA DOS 4%, CONTRA OS ACTUAIS 2,5%.
SÓ QUE O RITMO DE SUBIDA DO PIB NÃO É ALGO QUE SE POSSA DECRETAR.
UM OUTRO PRETENDENTE REPUBLICANO À CANDIDATURA PRESIDENCIAL, O SENADOR MARCO RUBIO (DE ASCENDÊNCIA CUBANA), QUER ATINGIR O MESMO OBJECTIVO AUMENTANDO A PRODUTIVIDADE POR HORA DE TRABALHO, O QUE IMPLICARIA UM GRANDE ESFORÇO NA ÁREA DE EDUCAÇÃO E DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL.
MAS ESTA PROPOSTA ESBARRA NUM FACTO: DESDE 1970 A PRODUTIVIDADE MAIS DO QUE DUPLICOU NA ECONOMIA DOS EUA, ENQUANTO O SALÁRIO MÉDIO SUBIU APENAS 11%.
ALIÁS, O ACTUAL RENDIMENTO MEDIANO DAS FAMÍLIAS AMERICANAS É INFERIOR, EM TERMOS REAIS (ISTO É, DESCONTANDO A INFLAÇÃO) AO DE 1989.
EM GRANDE PARTE POR CAUSA DA REDUÇÃO DO RENDIMENTO FAMILIAR AUMENTOU O NÚMERO DE MULHERES TRABALHADORAS.
[JAPÃO]
O PROBLEMA NÃO SE RESTRINGE AOS EUA. NO JAPÃO O PRIMEIRO- MINISTRO PRESSIONA AS EMPRESAS PARA SUBIREM OS SALÁRIOS DOS SEUS TRABALHADORES.
[GRÃ-BRETANHA]
NA GRÃ-BRETANHA OS SALÁRIOS REAIS DESCERAM TODOS OS ANOS ENTRE 2009 E 2014.
[ALEMANHA]
NA ALEMANHA OS SALÁRIOS ESTÃO HOJE, EM MÉDIA, ABAIXO DO NÍVEL DE 2008.
[PAÍSES DESENVOLVIDOS]
A PARTE DO TRABALHO NO PIB TEM VINDO A CAIR NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS, SUBINDO A PARTE DO CAPITAL.
[PORTUGAL]
EM PORTUGAL, COMO É NATURAL NUM PROCESSO DE AJUSTAMENTO, OS SALÁRIOS DESCERAM COM O PROGRAMA DA TROIKA, EMBORA MENOS DO QUE PRECONIZAVAM ALGUNS ( COMO PAUL KRUGMAN).
COM CRÍTICAS DO FMI, O SALÁRIO MÍNIMO SUBIU 20 EUROS EM 2014 PARA 505 EUROS, APÓS QUATRO ANOS DE ESTAGNAÇÃO; MANTEVE-SE ABAIXO DO SALÁRIO MÍNIMO EM ESPANHA E NA GRÉCIA, MAS ACIMA DO PRATICADO NA POLÓNIA.
MUITOS FACTORES SÃO APONTADOS PARA A ESTAGNAÇÃO SALARIAL, DESDE A FORTE QUEBRA NOS FILIADOS EM SINDICATOS ATÉ À GLOBALIZAÇÃO (NOS SECTORES QUE CONCORREM COM BENS E SERVIÇOS PROVENIENTES DE PAÍSES COM BAIXÍSSIMOS SALÁRIOS), PASSANDO PELA CAUSA PORVENTURA MAIS IMPORTANTE: A IMPORTÂNCIA CRESCENTE DE SABER LIDAR COM A INFORMÁTICA, ALGO DIFÍCIL DE CONSEGUIR PARA TRABALHADORES MENOS JOVENS. E DEVE APONTAR-SE, AINDA, A POLÍTICA FISCAL FAVORÁVEL AOS RICOS, SEGUIDA SOBRETUDO NOS EUA.
A ESTAGNAÇÃO SALARIAL NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS (NA CHINA OS SALÁRIOS SOBEM) É UM PROBLEMA POLÍTICO DE PRIMEIRA GRANDEZA, APÓS MUITAS DÉCADAS DURANTE AS QUAIS A MAIORIA DAS PESSOAS SE HABITUOU A MELHORAR TODOS OS ANOS DE NÍVEL DE VIDA.
E É TAMBÉM UM PROBLEMA ECONÓMICO: A PROCURA NO MERCADO RESSENTE-SE DESSA ESTAGNAÇÃO, TRAVANDO O CRESCIMENTO ECONÓMICO.»
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